30 de ago. de 2010

Identidades contraditórias


“Dentro de nós há identidades contraditórias, empurrando em diferentes direções, de tal modo que nossas identificações estão sendo continuamente deslocadas. Se sentimos que temos uma identidade unificada desde seu nascimento até a morte é apenas porque construímos uma cômoda estória sobre nós mesmos ou uma confortadora “narrativa do eu”. A identidade plenamente unificada, completa, segura e coerente é uma fantasia. (Stuart Hall)
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Some-se a essa declaração o fato de que para a memória psicológica não existe uma clara distinção ente passado, presente e futuro, mas sim um grande continuum onde a memória busca o que de útil for importante para sua atualização e utilização (Henri Bergson), teremos então a consideração de que essa história de uma suposta essência que perdura, nada mais é do que um confortável processo de defesa . Processo este, que visa ocultar o fato de que, enquanto seres pensantes e desejantes, mudamos. E muito! Portanto, se temos a impressão de que não mudamos, porque mantemos uma “essência” é muito mais como uma fuga interna para não se enfrentar a possível constatação de que em algum lugar e momento, acomodamos e ficamos paralisados. Posição esta que, por um lado, nos fornece conforto e segurança, mas por outro, apresenta aquela silenciosa e permanente sensação de que algo está fora do lugar, pois este ser que não muda talvez fosse o resultado do sujeito do iluminismo, numa época em que todas as trajetórias estavam determinadas desde seu nascimento até a morte, mas que em nada se interliga ao sujeito contemporâneo, que vive em meio a um eterno processo fragmentado de mudanças.
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Mudanças que alimentam um Caos, enquanto forma produtiva de permitir novas construções, assim como desconstruções de um modo enferrujado de ser e pensar. Caos que permite deixar velhos preconceitos e abrir novas possibilidades de pensar a si próprio/a. O que você fez até aqui como algo tão importante a tudo que você deseja e ainda não fez... Porque não fez? Porque não fazer? Porque o não? Quem sabe talvez um novo sim? Mulheres que dizem sim... e homens também... Afinal, pode até ser que exista outra vida após esta, mas isto ainda é pura especulação, enquanto essa está aqui em movimento, esperando o seu, seja em forma de atitude, texto ou imagem, porque de nada adianta clicar sem que sua imagem traga junto o seu pensamento.
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Bjs e abs
M.

19 de ago. de 2010

Um dia para refletir - 19 de Ago - Dia Internacional da Fotografia -

Numa era dominada por meio de imagens em movimentos, através da TV e agora dos videos do youtube, deveria causar reflexão o fato de que as imagens que ficam retidas na memória, mesmo quando advindas desse meio, são aquelas que congelam o frame e assim, retornam a essência da imagem fotográfica. Do mesmo modo que quando vamos nos questionar quais são as imagens que estão no inconsciente coletivo geral da humanidade provavelmente serão citadas fotografias.

Podemos facilmente falar da foto da criança vietnamita Kim Phuc, correndo nua em gritos de desespero  das bombas napalm lançadas pelo exercito norte-americano nos povoados da região sul, do fotógrafo Nick Ut – que logo após as fotos levou todas as crianças para um hospital e só depois foi revelar suas fotos históricas - é bom que se diga. Assim como tb podemos falar da imagem de John Lennon deitado em posição fetal encostado em Yoko Ono, na cama de casa, horas antes de seu assassinato em Nova York, em foto de Annie Leibovitz.

O fato é que as imagens em movimento, por correrem atrás de uma sequência, raramente conseguem atingir um ponto especial que reúne e agrega vários elementos racionais e emocionais que uma fotografia bem realizada consegue..e faz com que imagens contemporâneas como a 99cent II – diptico, do alemão Andreas Gursky tenha sido leiloada na Sotheby’s, em 2007, pela bagatela de  3 milhões de dólares.

Então, a  despeito de tanta imagem se movimentando por todos os lados, se torna curioso perceber certa  tendência por parte da academia brasileira em tentar transfornar o vídeo como a mídia redentora das imagens, e ignorar, que de fato ainda é a fotografia que continua  sendo o que de mais forte afeta o inconsciente humano quando se trata de marcar uma experiência. Mas, diga-se de passagem, que apesar da suposta facilidade surgida com a tecnologia digital de imagens, a fotografia que marca e permanece no tempo ainda é aquela resultante da reunião de estudos, sensibilidade e conceito. Ou seja, um mix de teoria, técnica e um pouqinho de sorte -que afinal, não faz mal a ninguém rs... bjs e abs. M.

A foto da garota Kim Phuc, nua, fugindo de seu povoado que estava sofrendo um bombardeio de napalm, até hoje é lembrada como uma das mais terríveis imagens da Guerra do Vietnã. Foto Nick Ut, 1972

Annie Leibovitz


99 cent II - diptico - Andreas Gursky - Leiloada na Sotheby's por 3,3 milhoes de doláres em 2007. Essa ilustração perde muito em relação ao seu impacto original pois esta fotografai mede 3 metros por 2,20, e possui muitos detalhes de objetos e cromaticos que nuam redução se perdem, infelizmente. 



Pequenos passos

"Uma caminhada de mil passos, se começa com o primeiro passo". Lao Tsé




13 de ago. de 2010

O Bordel Sem Paredes

"Ninguém pode desfrutar uma fotografia solitariamente. Ao ler e escrever, pode-se ter a ilusão de isolamento, mas a fotografia não favorece uma tal disposição... mas se não tivesse havido a impressão e as gravuras em metal e madeira, a fotografia não teria aparecido...." 

"A fotografia refletia automaticamente o mundo externo, fornecendo uma imagem visual exata e repetível. .. Mas dizer que a câmara não pode mentir é simplesmente sublinhar as múltiplas ilusões que ora se praticam em seu nome. Na verdade o mundo do cinema, que foi preparado pela fotografia, tornou-se sinônimo de ilusão e fantasia." 

"...a fase cinematográfica da fotografia criou uma nova aristocracia de atores e atrizes, que acentuavam na tela e fora dela, a fantasia de um consumo conspícuo...O cinema veio demonstrar o poder mágico da fotografia ao apresentar a todas as Cinderelas do mundo um Reino consumista de dimensões plutocráticas."  Marshall McLuhan. 1964

Siga este blog... Link na coluna ao lado... bjs e abs. m.

10 de ago. de 2010

Curso Fotografia - mód. II - 21 ago - Ateliê


Aprofundamento da técnica e linguagem fotográfica, por meio do conhecimento das especificidades dos equipamentos, materiais e acessórios analógicos e digitais, e da experiência prática, para que o participante possa aprimorar sua fluência, autonomia e segurança do ato de fotografar. O curso também apresentará aos alunos diversos trabalhos de fotógrafos renomados e diferentes abordagens da fotografia moderna e contemporânea, alargando assim o repertório estético e conceitual dos que pretendem seguir o aprendizado na fotografia e desenvolver futuros projetos pessoais.

Traduzindo: pressão galera.. A ideia é colocar voces pra clicar no tempo do outro, na velocidade das pessoas em seus movimentos. E mostrar que ainda sim é preciso parar e pensar! Até lá! bjs e abs. m.



Ateliê da Imagem - 21 ago-  sábados - manhã - 10:00 as 13:00
obs: algumas saídas serão realzadas aos domingos





9 de ago. de 2010

Entre uma paisagem e um rosto..

encontram-se as bifurcações do jardim de veredas de Borges, pois um rosto nem sempre é uma questão do que se acha em sua superfície, e mais do que se perde em seu território. Um rosto quarda caminhos, assim como guarda paisagens já vividas  - ou, a se viver. Do mesmo modo toda paisagem se abre entre brumas que ocultam rostos amados - ou, por se sonhar. O que me leva a crer que um rosto é assim, com suas idas e vindas, um objeto do tempo com suas distensões e potenciais distorções. De forma análoga me sobrevem a inquietação de pensar se podemos então supor ser uma determinada paisagem o próprio tempo bifurcado entre os jardins de veredas...


8 de ago. de 2010

Assist Studio Fotográfico - Curso - Ateliê da Imagem - Inicio 5f - 26 ago

A luz é a matéria prima de toda fotografia, mas, particularmente, da fotografia de estúdio, onde é possível se ter controle total da iluminação. Para o fotógrafo, o estúdio é como uma tela em branco na qual ele pinta com a luz a imagem que a sua imaginação ordena. Além disso, a produção realizada em estúdio oferece total liberdade de concepção e criação de cenários, figurinos, composições e arranjos. Por meio de aulas práticas orientadas, você aprenderá a utilizar os equipamentos e acessórios que o colocarão em contato com as possibilidades da iluminação artificial controlada, realizando práticas de retratos, produtos e moda. Por outro lado, você também encontrará nesse núcleo cursos que ensinam o uso de fontes de luz em ambientes externos - como é o caso do flash -, e a obter destas ferramentas o máximo de performance criativa.

Curso Assistente de Studio Fotográfico - Formação Básica - Ateliê da Imagem - Prof. Mickele Petruccelli - A rotina de um Studio Fotográfico, assim como da organização, preparação e manuseio dos equipamentos fundamentais.  Equipamentos, luz, encrencas e soluções. Como fazer um peq. studio. Como pensar e usar melhor a luz natural. Além das noções básicas da produção de ensaio fotográfico. Neste curso é você que coloca  mão na 'massa'. Se curtir a ideia ligue para o Atelie - 2541.3314 - Início 26 agosto - 3ªf e 5ªf - Tarde - 14:00 as 17:00 - 08 aulas. 











6 de ago. de 2010

Mundo-Imagem

A fotografia é bem mais que imagem ou interpretação,
é também dúvida, estímulo, reflexos e vestígios...



Tempo de retomada após a conclusão do mestrado em comunicação e cultura. Aqui no blog vc encontra alguns textos e no site as imagens

3 de ago. de 2010

The Americans - Robert Frank

O livro The Americans - Robert Frank, de 1958, é considerado o livro que mais influenciou toda uma nova geração de fotógrafos do pós-guerra -fotos no vídeo abaixo. A partir de suas imagens não havia mais como desconsiderar a existência de um sujeito ativo para além do simples registro de uma cena. Começa a surgir a arte dos fotógrafos - não que ela já não existisse antes em Moholy-Nagy ou Man Ray. Mas aqui era chegado o momento de um outro tipo de imagem ser aceita pela sociedade como um todo -com exceção da norte-americana, que não gostou muito do jeito que Frank os retratou...





2 de ago. de 2010

Quanto tempo por uma foto?

No caso desta imagem rara, 03 anos. Alguma dúvida então de que valeu o tempo de espera e preparação por esta imagem? Serve de reflexão pra essa obsessão compulsiva de se fazer cinco mil fotos a cada viagem... Porque definitivamente menos é mais! E no caso dessa foto é bem mais que mais, é maravilhosamente incrível, feita por um profissional idem e gente boa, Custódio Coimbra. E vc qual foi o tempo máximo que já deu por uma fotografia? Se quiser trocar escreva nos comentários. bjs e abs. m.


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