25 de out. de 2009

O Romantismo Digital de Loretta Lux





Neste tempo de excessos banais visuais existem bem poucos estudos sérios sobre o que é uma imagem e muita mesmice que na verdade não é nada... Por onde surgem não sei quantos se dizendo fotógrafos/as aos borbotões.... Uma das modas do momento são as fotos de criança. Tem aos monte gente oferecendo este tipo de serviço. Vai um belo dia no aniversário do filhinho da amiga sai tirando um  monte de fotos que todos os que tem aquelas camarazinhas vão sempre adorar e comentar: Que lindo! Também com essa sua super câmara tudo vai ficar sempre lindo...!-. A pessoa se empoooolga e vai tirar fotos no aniversário da sobrinha e... Voilá! Eis que aparece mais um/a fotógrafo/a oferecendo seus serviços. Então meus caros vejam com bastante atenção as fotos de Loretta Lux e reparem a sequência de sua história. 


Quando criança Loretta era fascinada pelos mestres de pintura européia antiga e desde criança tinha reproduções mestres como Velázquez e Goya. Fez vários cursos de pintura, artes e fotografia em Dresden, Alemanha onde nasceu. Se mudou para Munique para fazer Faculdade de Belas Artes onde se graduou. Loretta entende sua fotografia sendo realizada com um tempo de maturação e respeito as grandes obras. Já aconteceu de somente realizar sob encomenda apenas cinco fotografias ao ano. Usa uma estrutura formal de composições e cores próximas as dos grandes mestres da pintura, e daí esta sensação de estranhamento que suas imagens produzem. Por fim usa com apuro muito raro o pincel dos pintores contemporâneos, os softwares de tratamento de imagem digitais na tela de seu computador. 


Então, quem sabe talvez não seja a mistura disso tudo para explicar porque ela ganhou o Infinity Award for Art, em 2005, que é um dos prêmios mais importantes na área de imagens, e o fato de suas imagens estarem em museus como o Reina Sofía, em Madri e o Guggenheim, em Nova York. Portanto, antes de fotografarem profissionalmente as crianças da festinha do próximo fim de semana estudem.., pratiquem.., estudem.., e estudem mais um pouquinho. Depois trabalhem, exponham, publiquem.. participem de eventos onde curadores analisam suas imagens, para então sim permitir que o tempo lhes diga. que voces podem começar a se considerar um/a fotógrafo/a. Porque o tempo, ah queridos/as, o tempo revela todos os golpes..desmascara todas as banalidades e por fim faz sua justiça a golpes de balança de celulite....Mas no meio disso tem que ter muita paciência pra aturar as besteiras... bjs e abs! mickeles

21 de out. de 2009

Arthur Omar e a fotografia contemporânea

Arthur Omar é um artista brasileiro múltiplo, com presença de ponta em várias áreas da produção artística contemporânea. Formado em antropologia e etnografia, Arthur Omar desenvolveu novos métodos de antropologia visual, tanto em seus filmes documentários epistemológicos dos anos 70 como em seus livros recentes sobre Carnaval e Amazônia, onde a busca científica se realiza através de uma intensificação estética do material. Trabalha com cinema, vídeo, fotografia instalações, música, poesia, desenho, além de ensaios e reflexões teóricas sobre o processo de criação e a natureza da imagem. Em todos os campos, Arthur Omar introduziu novas maneiras de pensar, e contribuições radicais a uma renovação das linguagens e das técnicas. Temas  como o êxtase estético, a violência sensorial e social e  a construção de metáforas visuais marcam toda sua obra, voltada para busca de uma nova iconografia da realidade brasileira. Documentário experimental,   fotografia, video-arte,  moda, filme de ficção, e vídeo-instalações, suas imagens migram e se transformam através dos meios, suportes, linguagens. 
Em 2005, ano do Brasil na França, apresentou no Grand Palais a sala de abertura da exposição Brésil Indien, com fotografias de paisagens amazônicas. A revista semanal do Lê Monde de julho dedicou 10 páginas ao seu  trabalho Antropologia da Face Gloriosa, grande sucesso nos Rencontres de la Photographie em Arles, no mesmo ano.
Em 1999, teve retrospectiva completa de sua obra em filme e vídeo  no MOMA, Museu de Arte Moderna de Nova York, e em 2001 no CCBB do Rio e de São Paulo. Na Bienal de São Paulo de 97, apresentou a instalação fotográfica Antropologia da Face Gloriosa, painel com 99 fotografias preto e branco em grande formato, parte da um estudo do rosto e do êxtase fotográfico como dimensão transcendental, série hoje reconhecida como um clássico da fotografia brasileira.
   
Site do Artista: http://www.arthuromar.com.br/
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Sempre lembrando que é preciso primeiro aprender pra depois ensinar... pra só depois descobrir que ensinar voltará a ser aprender...
bjs + abs! m

17 de out. de 2009

Fotografia p iniciantes...

                                                    
Quando entrei para o Mestrado em Comunicação e Cultura da UFRJ cumpria um caminho em busca de sair da mesmice assim como também procurava por um caminho árduo para não ficar parado num mesmo e acomodado lugar, depois de doze anos de aulas em fotografia e tratamento de imagem para muita gente aqui do Rio de Janeiro. Percebi então que seria de bom tom me silenciar aqui no blog enquanto durasse esta passagem... Mas como o desrespeito a boa informação fotográfica virou uma coisa corriqueira por parte dos "sem-noção", que deveriam, antes de qq coisa, estudar bem mais antes de se apresentar... Resolvi voltar vagarosamente para espanar os absurdos... Na atualidade algumas pessoas com muito pouco bom senso, depois de fazerem alguns cursos técnicos de fotografias -às vezes de dois meses- saem por aí apresentando-se como pseudo-profissionais da fotografia e publicam dicas e informações através de blogs e jornais como se profissionais ou professores fossem, para aplacar sei lá o que, porque a boa informação com certeza não é. Por isso, se você esta a fim de entender e mergulhar um pouco mais na fotografia e no mundo da imagem digital pesquise quem é essa pessoa. O que ela tem de relevante em sua trajetória e qual é a sua história, antes de acreditar como certa uma informação que pode mais te embaralhar e confundir do que te ajudar, do tipo começar a falar de fotografia por considerações técnicas -essa galera a.d.o.r.a.! se esconder neste lugar- que irão fazer você gastar um bom dinheiro de forma errada, além de apertar muito botão estranho ao invés de se focar no que realmente faz a diferença -. A razao disso é simples: falta de cultura e muita sobra de interesse nas segundas intenções, porque em dez das dez vezes que vejo esse tipo de situação, tem sempre ao final uma sugestão pra vc se contactar com a pessoa para saber mais de seus serviços... Sacou?! Então, fica o alerta, porque a qualidade na natureza da imagem passa longe -tem gente que nem foco ainda aprendeu a controlar, até hoje!- e claro verifique os anos e a trajetória de quem te passa as informações. Afinal credibilidade faz diferença! Portanto, aproveitem muito a grande rede, que está aberta a todos, mas de maneira inteligente ok?! Por hora segue aqui uma das minhas primeiras postagens de 2006, exatamente sobre este tema delicado ai de cima: Como e por onde começar? E aí não tem como fugir da questão central: O que te emociona visualmente? Diante de uma bela fotografia, de amigos, de profissionais ou amadores, muitas vezes ouço a indagação de que muito provavelmente a câmara seria profissional, ou com uma lente poderosa etc. E na menor das vezes ouço o que condiz com a beleza da imagem em questão. A de que o fotógrafo/a tem uma sensibilidade apurada do olhar. Logo, precisamos lembrar que existe tecnica, equipamento e... Sensibilidade do olhar... E quanto ao equipamento em si?! Vamos tentar desmistificar um ponto. Não existe o equipamento fotográfico ideal. Existem vários! A começar por esse que você tem atualmente, porque o seu olhar depende bem mais do que voce observa, do que voce olha, dos filmes que voce curte ver e bem menos do super hiper mega caro equipamento de ponta que os blogs e revistas tentam te provar que vc precisa comprar ontem! Cada área de atuação tem suas necessidades. Por exemplo, para a relização de fotografia submarina, ou fotografia de futebol ou fotografia de retratos, para citar apenas alguns campos, cada uma delas têm uma exigência técnica diferenciada. Como, também, antes até das exigencias tecnicas e voltando lá pro inicio de tudo, a câmara fotográfica ideal também tem direta ligação com o que você pode desembolsar, não é mesmo?! Logo, podemos concluir que tudo isso é verdadeiro, mas um ponto é fundamental. 

O seu olhar. Ele é único! Insisto que a melhor câmara não está fora, mas sim dentro de nós. O nosso olhar é que determina se uma imagem será boa ou não. Entretanto somos educados com letras+palavras e massacrados com milhares de imagens sem nenhuma explicação ou ordenação durante nossa educação fundamental. Então precisamos começar a educar o nosso olhar. Começar a estar mais atento a tudo e todos que nos cerca. Olhar com mais carinho e atenção o trabalho dos outros artistas e fotógrafos. Ver duas vezes aquele filme que vc gostou demais. Será que aquele instante X merecia realmente uma foto!? Aquele ambiente ficaria melhor se a gente enquadrasse ele todo ou apenas uma parte? Ou quem sabe até mesmo um detalhe apenas?! Sabe aquela velha brincaderia de formar um retângulo com as mãos e enquadrar a cena no ar, pois é..experimente fazer isso...( e leia aqui no blog uma postagem sobre a regra dos terços). Enfim, minha sugestão é de que você comece a fotografar com os olhos, sem a câmara nas mãos, porque quando vc estiver com a câmara, seja ela qual for, você tb começará a pensar um pouquinho mais antes de sair clicando a esmo, e isso vai significar uma primeira diferença nas suas imagens.... E para todos que tiveram o carinho e a paciência de vir até aqui, fica a sugestão de visitarem as postagens mais antigas, pois aqui vcs encontraram muita coisa que ministro em salas de aula e algumas reflexões que se interligam ao universo da fotografia e da imagem. obrigado!


abs+bjs! 
Mickele Petruccelli Pucarellli - 
http://www.mickele.net