1 de dez. de 2008

Jardins da memória

antas_orkut

O mundo inteiro começa aqui.

O mundo inteiro começa num jardim qualquer. Ou melhor, no jardim da memória. Mas qual memória? Coletiva? Individual? Seria possível ser coletivo sem antes ser individual ou seria o contrário já que só existo por um encontro coletivo de duas pessoas? Tantas pessoas no mundo e tantas por conhecer. E muitas mais que me aparecem na sua ausência. A presença delas nas janelas quebradas, na janela do vidro marcado pela chuva. Elas todas estão ali sem estar. Não poderia ser diferente...como estar sem elas? E cada vez mais sinto que sou nos outros. No que fizeram, no que vão olhar/sentir do que vou imprimir. Os pedaços soltos, mas pedaços que fazem todos os sentidos quando correm juntos todos a minha frente. Não como filmes, pois que na minha mente toda historia é uma e apenas uma fotografia, porque é a imagem única que me cala fundo à emoção.

Seria isso por limites da minha capacidade rememorativa ou simplesmente porque assim é? Não sei ao certo, e quanto mais leio Henri Bergson me encanto com a idéia de que somente percebo o presente quando ele já é um passado a brincar com o futuro. A colcha de retalho de um mundo inteiro passa por brinquedos, estradas, casas deixadas e abandonadas e lindas assim mesmo, pelo vento e pelas bandeiras da minha eterna infância. Pelos sorrisos diretos e sinceros, e pela presença frágil dos animais